por Bones Sáb Abr 29, 2023 3:35 pm
Talvez fosse por ter endoidado de vez ou quem sabe realmente tivesse razão sobre aquela insanidade, mas decidiu acreditar por um momento que realmente aquela fantasia era real e decidiu tentar controlar o sangue, mas para seu espanto e felicidade, o sangue realmente começou a reagir, lento a princípio e bem desajeitado, mas começando a levitar do chão.
- Garota inútil! Sempre fazendo tudo errado! Vou te mostrar pela última vez como se faz, trate de aprender!
Carmella gritou vindo em sua direção e o sangue que inicialmente pretendia jogar no balde, em vez disso foi todo de uma única vez para sua boca, entrando a força. Estava se engasgando, quase sem ar, achava que iria morrer sufocada, mas estranhamente aquilo era bom, muito bom, um prazer sem igual. Seu corpo estava reagindo em vez de vomitar o impulso era de querer mais, de drenar até a última gota. Até mesmo o sangue que sujava seu rosto e roupas estava sendo absorvido e podia sentir ele percorrer seu corpo com um calor acolhedor.
Quando terminou, Carmella havia sumido, restando apenas ela e o corpo sem sangue de Laura ali. Ligou para seu contato e ele confirmou, mesmo que o endereço fosse estranho nada disse, talvez acostumado de mais com aquilo.
Conseguiu escapar pela rota e levar o corpo. Enquanto dirigia, notou que só depois de ver carros dando luz alta no sentido contrário que seu farol estava apagado, ela conseguia enxergar com naturalidade a noite, menos cores que o normal mas ainda assim estava tudo claro para ela.
Teve trabalho no carro, nunca foi do tipo que sujou as mãos de graxa antes, mas puxando algumas mangueiras e pelo cheiro que levantou, conseguiu preparar o "acidente".
Encontrou o motorista no local combinado, já eram 20:57, sabia que iria se atrasar, mas não tinha o que fazer quanto a isso, o propósito agora era ir para casa e se preparar. Ao longo do caminho o motorista nada disse, era discreto, contanto que recebesse, fazia o solicitado, diziam alguns que até serviços extras, mas nunca houve necessidade para Charlotte.
Em sua casa, nada fora no normal, a pesar da pressa, conseguiu se arrumar e mesmo passando pouca maquiagem se viu no espelho e se espantou, parecia estar mais linda que o de costume e um pouco mais pálida que o normal.
O jantar seria no salão McGrevor, anexo ao teatro. A peça em si Charlotte já havia desistido de ir anteriormente devido os atendimentos, mas agora era o evento principal, seu pai presente pretendendo angariar investidores, felicitando os donos da empresa fornecedora que promoveu o espetáculo e agora seria jantar.
A presença de Charlotte era importante, mais do ponto de vista político do que de negócios, pelo menos do ponto de vista do pai, que a exibia como a filha mais responsável, já que seu irmão mais velho, Brand, não aguentou a pressão de ser um herdeiro e decidiu virar um mochileiro na Índia, restando a ela o papel de possível futura líder, contanto que se casasse com um empresário certo, aprovado por seu pai, claro.
Até a festa foram 16 minutos, chegou atrasada quase dez minutos, principalmente na quadra do teatro devido ao evento, que pelo barulho já havia começado. Deixou o carro na entrada e logo o motorista veio abrir a porta para ela, pegando as chaves para estacionar. Haviam outros também que estavam chegando, o fluxo de pessoas era grande e estranhamente sentiu fome, salivando como se estivesse prestes a começar uma refeição.
O local salão de entrada estava bem iluminado, até de mais pro seu gosto, e decorado de forma minimalista porém elegante, em tons de azul claro, a cor da empresa. O salão principal deveria haver umas 200 pessoas, vários em pé, algumas mulheres sentadas, mas não via seu pai.
Por falar em ver, notou algo que até então foram poucas as ocasiões que aconteceu, por onde andava, as pessoas imediatamente olhavam para ela admirados, como se fosse uma modelo, algo estava realmente diferente.